sexta-feira, 15 de maio de 2009

Gravidez Na Adolescência


A adolescência é o período em que ocorrem profundas mudanças físicas, psicológicas, emocionais, intelectuais e sociais que são vivenciadas por muitos jovens como um “momento de crise”.
É a idade do amor e do risco, em que surgem relações afectivas que são vividas com uma intensidade avassaladora, em que se experimentam diferentes papéis e se procuram alternativas.
A adolescência é um caminho que se faz caminhando.

Gravidez Desejada - Causas

-Desejo do parceiro pela gravidez;
-Repetição de padrões de comportamento;
-Fantasia que a gravidez proporciona mais afecto;
-Escolarização;
-Influência dos meios de comunicação;
-A gravidez como meio de conseguir o amor do namorado;
-Forma de sair mais cedo de casa dos pais;
-Idealização que o bebé permite desempenhar“O papel da sua vida”.

Gravidez Indesejada - Causas



-Falta de utilização dos métodos anticoncepcionais;
-Utilização incorrecta dos métodos contraceptivos;
-Privação de informações sobre sexualidade por parte dos pais;
-Existência do pensamento mágico de que “só acontece aos outros”;
-Crendices e mitos à volta das relações sexuais, exemplo: na primeira vez não há risco de ficar grávida;
-Abuso sexual: Estupro e assédio sexual.

Consequências da Gravidez na Adolescência

Para as raparigas…


-Alterações corporais
-Complicações na gravidez e problemas de parto
-Percurso escolar e profissional
-Nível sócio – económico
-Variabilidade comportamental
-Instabilidade emocional

Outro caminho...

O Aborto

Pode definir-se aborto como a interrupção voluntária de uma gravidez.

Tipos de aborto:

-Aborto espontâneo
-Aborto Induzido
-Aborto ilegal


Aborto Espontâneo:

  • Surge quando a gravidez é interrompida sem que seja por vontade da mulher





Aborto Induzido:

  • O aborto induzido é um procedimento usado para interromper uma gravidez.




Aborto Ilegal:

  • O aborto ilegal é a interrupção de uma gravidez quando os motivos apresentados não se encontram enquadrados na legislação em vigor ou quando é feito em locais que não estão oficialmente reconhecidos para o efeito.




segunda-feira, 11 de maio de 2009

Métodos contraceptivos

Contraceptivos são métodos ou substâncias que evitam a gravidez. Cada um tem vantagens e desvantagens. Por isso, a escolha do uso de um contraceptivo deve ser feita sob orientação médica.
Métodos Físicos:
Preservativo masculino: É um tubo de látex, fino, disponível em pesos, texturas e dimensões diferentes.
Protege contra as DST's e não é necessária receita nem colocação especial / Pode rebentar .



Preservativo feminino: É um plástico muito fino, algo semelhante a um preservativo masculino, mas que se coloca no interior da vagina.
Protege contra as DST's não é necessário receita / Pode ser difícil de inserir.





Diafragma: É uma tampa de borracha, macia e flexível, com um anel dobrável á volta. Quando inserido na vagina, forma um circulo adapta-se ao colo do útero.
Não se sente quando está colocado / Ocupa muito espaço.




Esponja: É uma esponja de espuma de poliuretano impregnada com três espermicidas.
Podes utilizá-la só quando precisas / Não é tão seguro como os outros métodos.





Espermicidas:
São cremes, comprimidos de espuma, gel e “películas”contraceptivas vaginais , que são inseridos na vagina.
Não é necessário receita / Algumas mulheres são alérgicas aos espermicidas.
DIU (Dispositivo intra-uterino):
É uma serpentina de cobre, ligado a um fio, que é inserido no útero, através do colo do útero, por um médico.
Não se sente depois de colocado / Só é adequado depois de ter sido mãe.

Adesivo:
Adesivo transdérmico aplicado à pele que liberta hormonas estrogénio e progestina sintéticas para prevenir a gravidez.
Menstruações reguladas, podendo ser mais leves e menos dolorosas / Não protege contra as DST's.



Métodos hormonais:
Implante:
É um implante subcutâneo que lentamente liberta uma hormona progestogénica, impedindo a mulher de engravidar.
É indolor e não interfere com as relações sexuais / Não protege contra as DST's.
Método Natural:
Exige-se que não haja relações sexuais durante a ovulação, quando o corpo é fértil.
Sem riscos para a saúde / Não pode haver relações sexuais durante todo o período fértil.




Anel Vaginal:
É um anel de material flexível que contém uma serie de hormonas.
A administração das hormonas diminui o risco de enjoos e intolerância gástrica / Pode provocar dores de cabaça e náuseas.



Pílula:
É um conjunto de hormonas que impede a fertilização da mulher.
É segura e actua em patologias como o acne e a irregularidade da menstruação / Tem uma série de efeitos secundários, variáveis de mulher para mulher.




SIU (Sistema intra-uterino):
É um dispositivo em forma de T, que se coloca no fundo do útero e que ai pode ficar até 5 anos.
É 100% eficaz não requerendo quaisquer cuidados / Não deve ser utilizado, se a mulher tiver vários parceiros sexuais.




Injecções Hormonais:
Trata-se de injecções só de progestagénio e são dadas por um médico de 12 em 12 semanas.
Muito eficaz e duradouro, ajudando a prevenir o cancro no útero / Efeitos secundários muito variáveis em função de cada caso.



Esterilização:
Vasectomia masculina:
É uma pequena operação efectuada no Homem.
Acaba-se o preservativo e as preocupações da mulher não ter tomado a pílula / Pode aumentar ligeiramente o risco de cancro da próstata.



Esterilização feminina:
É uma operação cirúrgica, sob o efeito de uma anestesia geral.
Não interfere na espontaneidade, sendo geralmente um procedimento seguro / Não protege contra as DST's.

As Doenças Sexualmente Transmissíveis

As doenças sexualmente transmissíveis são doenças provocadas por bactérias, fungos e vírus e que se transmitem por contacto sexual íntimo, quando um dos parceiros se encontra infectado. Existem várias doenças, sendo de salientar a Sida, a Sífilis, a Candidíase, a Gonorreia, a Herpes Genital e a Hepatite B.

Sida:
Doença provocada pelo vírus VIH (Vírus da Imunodeficiência Humana) que se introduz no organismo humano, podendo permanecer inactivo ou, activo destruindo o sistema imunitário da pessoa. A SIDA não tem cura, podendo ser mesmo mortal.
Formas de contágio: -Partilhar lâminas; -Partilhar escovas de dentes; -relações homossexuais; -da mãe para o feto.
Prevenção: -Não ter relações sexuais com portadores do vírus da SIDA; -Utilizar sempre preservativo.


Sífilis: Doença provocada pela bactéria Treponema Pallidum, que apesar de ser contagiosa e perigosa, é curável se for tratada a tempo. A Sífilis ataca qualquer tecido desde a pele aos ossos, fígado, órgãos genitais e olhos.
O seu maior perigo é alcançar a sistema nervoso e o coração, o que pode levar à morte.
Formas de contágio: -Contacto sexual; -Um beijo em qualquer zona que tenha uma ferida.
Prevenção: -Preservativo; -A mulher pode aplicar irrigações vaginais com líquidos desinfectantes suaves; -Fazer análises durante o casamento e durante a gravidez.


Candidíase: Doença causada pelos fungos Candida albicans, que se desenvolvem num local quente e húmido da vagina.
Formas de contágio: -Contacto sexual ou proliferação do fungo.
Prevenção: -Abstinência sexual logo após o aparecimento da infecção e durante o tratamento.


Gonorreia: Infecção das vias genitais provocada por bactérias, designadas genericamente por gonococos. Pode afectar o colo do útero da mulher e também a uretra do homem, podendo expandir-se para a região anal.
Formas de contágio: -Contacto sexual directo; -Durante o parto.
Prevenção: -Uso do preservativo; -Lavagem da vagina com desinfectantes adequados.


Herpes Genital: Doença que não tem cura e é causada pelo vírus Herpes Simplex. Afecta os órgãos genitais e as zonas envolventes.
Formas de contágio: -Transmite-se por contacto sexual.
Prevenção: -Abstenção de relações sexuais enquanto durem os sintomas.


Hepatite B: Doença causada por um vírus que ataca o fígado, sendo o sangue o principal meio de transmissão e depois a saliva. Se não for tratada, pode provocar a morte. O vírus sobrevive durante bastante tempo e resiste a alguns desinfectantes.
Formas de contágio: -Transmissão ao feto pela mãe; -através do sémen e secreções vaginais; -Suor; -Saliva; -Lágrimas.
Prevenção: -Vacinação.


Entrevista
















A Socialis é uma Associação de Solidariedade Social da Maia que, através do "Projecto Semente", intervém a nível da prevenção da gravidez precoce e acompanhamento de grávidas e mães adolescentes.
Que tipo de apoio é prestado às jovens grávidas?
“ Basicamente queremos fazer a prevenção da gravidez e para isso o Projecto Semente tem um conjunto de acções que põe em prática diariamente. No âmbito dessas acções temos um gabinete de apoio à jovem, no qual colaboram uma médica e uma enfermeira, onde qualquer jovem de idade fértil até aos 25 anos pode aceder, nomeadamente aos contraceptivos e de forma gratuita. As jovens têm um acompanhamento ginecológico adequado, podem expor todas as dúvidas sobre a sua sexualidade, e este apoio é prestado de forma anónima, confidencial e gratuita. Muitas vezes as jovens têm vergonha de se dirigirem a um centro de saúde e preferem ir a um local onde ninguém as conheça e assim preservar a sua identidade.
No Centro de Atendimento a Jovens (CAJ) nós fazemos essencialmente prevenção primária, pois temos casos em que não há mesmo uma gravidez e por isso o CAJ funciona para que qualquer jovem se previna de uma situação que pode vir a ser indesejada. Depois actuamos na prevenção secundária e terciária, quando as jovens já estão grávidas ou já são mães. Aí nós temos um gabinete de apoio psicossocial e de orientação profissional e esse acompanhamento é feito pela assistente social, a jovens até aos 19 anos de idade e que já vêm encaminhadas ou de escolas, ou de tribunais, hospitais e centros de saúde.”



Qual o número médio de jovens grávidas que passam por esta instituição?

“Neste momento temos sessenta e oito utentes, sendo que sete estão na nossa casa de acolhimento.”

Média das idades das jovens grávidas que recorrem a esta instituição?

“A média das idades das jovens que recorrem à SOCIALIS aumentou em relação ao ano passado, sendo assim a média é de dezassete anos.”

O número médio de jovens grávidas tem diminuído ou aumentado?

“O número médio de jovens tem aumentado, por isso apostamos cada vez mais na prevenção, porque de facto uma gravidez na adolescência, vai alterar toda uma trajectória de vida de uma jovem. Pois apesar de tudo a jovem quer na mesma sair à noite, ter a possibilidade de deixar o bebé com a mãe ou com alguém que tome conta dele. Aqui é extremamente importante haver uma retaguarda, que poderá ser a família directa, pessoas da vizinhança que apoiam as jovens, os companheiros, as próprias escolas, tudo isto vai definir o projecto de vida destas jovens, isto é, vai depender da implicação das jovens, da família e da própria estrutura que as rodeia.”

Pela experiência que tem, como retrata a sua vivência com os casos que por aqui passaram?

“Em relação aos casos que por aqui têm passado, nós técnicas, não opinamos, visto que muitas jovens entram aqui com a ideia de abortar e a única coisa que temos que fazer é encaminhá-las para os técnicos especializados – Hospitais Públicos – onde irão ser informadas melhor sobre o assunto. Cada caso é um caso, assim temos que adoptar um projecto de vida para cada jovem, pois as histórias de vida variam muito.”

Quais são os problemas que mais afectam as mães adolescentes?

“…há uma série de problemas que estão associados à gravidez na adolescência, desde a questão dos baixos recursos económicos, de violência doméstica, negligência. A gravidez na adolescência está associada a muitas problemáticas sociais.”



Quais são os motivos, perante os estudos do Projecto Semente, que levam a uma gravidez precoce?

“A nossa primeira intervenção é a intervenção primária, porque uma das causas mais comuns da gravidez na adolescência é a falta ou insuficiência de conhecimento a nível da contracepção sexual. Existe muita falta de informação e há informação deturpada. Outra causa está relacionada com as questões culturais: as filhas repetem comportamentos que as suas mães já tinham assumido.



Qual a reacção das jovens grávidas, perante esta situação?

“Muitas jovens numa primeira instância pensam no aborto…”



Qual é a atitude da família relativamente à jovem grávida?

“A atitude da família difere de situação para situação, não se pode dizer que há uma atitude típica até porque muitas vezes estes comportamentos já se passaram com as mães, acaba por ser uma situação que é geracional. Como as mães foram mães adolescentes, não é para elas muito difícil aceitar esta situação, portanto acaba por ser algo que está intrínseco a elas. (Tem a ver com uma das causas da gravidez na adolescência). Há famílias que aceitam muito bem porque também já foram mães adolescentes, o namorado facilmente se insere na família e rapidamente os laços se formam facilmente.
Mas há outras famílias que reagem de modo diferente e numa fase inicial até rejeitam essa questão da gravidez ainda que a jovem ache que essa é a melhor solução. Desejam sair de casa dos pais, ir viver com o namorado e adquirir autonomia, embora por vezes isso não aconteça.
Aqui encontram um porto de abrigo.”

sexta-feira, 6 de março de 2009

Entrevista a um Pai Adolescente

Como foi a experiência de ser pai na adolescência?

"Confesso que ao princípio foi assustador, eu era um irresponsável, nos primeiros tempos nem quis saber de nada, mas depois vieram as ecografias e eu já via que dentro da minha namorada tinha um pouco de mim e comecei a mentalizar-me que dali para a frente teria de ganhar juízo e cuidar da criança que vinha sem ter culpa dos meus erros. Saí da escola, fui trabalhar, a minha vida deu uma enorme volta, mas confesso que não me arrependo minimamente."

Como procedeu ao saber que ia ser pai?

"No princípio não liguei, não quis saber, para mim aquilo era um pesadelo, eu ia deixar de ser o menino da mamã, para ser o chefe duma família. Confesso que tive muito medo."

Como viveu a gravidez com a sua companheira?

"Nos três primeiros meses, não a apoiei muito, mas depois acompanhei-a em todas as consultas e ecografias. Cheguei a sentir a minha filha mexer-se dentro da barriga da mãe."

Alguma vez lhe passou pela cabeça o aborto?

"Nunca até porque eu já era contra o aborto."

Alguma vez sentiu que não era capaz de educar a sua filha?

"Ainda agora sinto um certo medo de não conseguir. Mas tenho pessoas a ajudar-me nessa tarefa."

Agora, quando olha para a sua filha o que sente, o que vê?

"Não há explicação para o que sinto. É maravilhoso! Ela é a coisa mais importante deste mundo. Vejo a fragilidade dela, ela é muito pequenina, muito frágil mesmo, precisa de toda a minha protecção."

Qual o motivo desta gravidez?

"Ela disse-me que tomava a pílula e eu confiei, mas na realidade ela não tomava nada. Eu errei em deixar-me levar por ela, deveria ter usado preservativo."

Não pensou nas consequências?

"Se ela tomasse mesmo a pílula como disse, não tinha quase nenhuma probabilidade de engravidar, a consequência maior poderia ser uma doença sexualmente transmissível (DST), mas no momento não pensámos nas doenças."

Gostaria de deixar um conselho para adolescentes que passam, ou estejam a passar por uma situação destas?

"Que não optem pelo aborto, por vezes o caminho que parece o mais fácil não é o melhor. E um filho é maravilhoso, com um pouquinho de esforço e dedicação é uma verdadeira bênção."


Testemunho real

Um Acaso Feliz

Desabafo de mãe:

Filho, quando olho para ti, tão lindo e cheio de vida, choro e pergunto-me, como pude um dia pensar em não te deixar nascer.
Tinha eu dezasseis anos e andava na escola no 9º ano, quando conheci o teu pai. Apaixonámo-nos e começámos a namorar. Tudo era novo para mim, tudo era vivido intensamente. Contudo, o inevitável aconteceu! Eu sentia o meu corpo diferente e comentei este facto com o teu pai, e nesse exacto momento, ele pôs o carro a trabalhar e dirigimo-nos até uma farmácia. O teu pai entrou e eu esperava-o no carro. Quando saiu, trazia uma caixa na mão e disse: "Isto é um teste de gravidez. Vamos fazê-lo...". Nesse momento, fiquei gelada. Fiz o teste e o resultado, como esperado, deu positivo.
O mundo caiu-me em cima, perdi o meu chão! Eu não podia ser mãe... era muito nova, ainda não tinha terminado a escola. Isto não estava a contecer... Porquê a mim?
Disse ao teu pai que queria interromper a gravidez, mas ele foi bem firme, e disse: "O meu filho vai nascer. Se tu não queres, quero eu. O aborto está fora de questão.".
Passado o choque inicial, e com o apoio do teu pai, eu aceitei a gravidez, mas sabia que a caminhada seria longa e iria encontrar muitas pedras no caminho. A maior delas seria contar aos meus pais, ou melhor, ao meu pai, um homem que, por vezes, quando bebia se tornava violento. Como eu previa, a minha mãe aceitou e sempre me apoiou bem, mas o meu pai reagiu mal. Agrediu-me verbalmente, chamou-me os piores palavrões e durante a gravidez agrediu-me fisicamente.
Para piorar a situação, o teu pai estava de partida. Tinha assinado um contrato de trabalho de meio ano, para França e não o podia recusar. Ia ter que enfrentar a gravidez sozinha, contudo tive sempre o apoio da minha mãe e da tua avó paterna.
No dia da partida, estava grávida de dois meses e meio, e o teu pai perguntou-me se queria casar com ele quando regressasse... e deu-me um beijo na barriga e prometeu-me que vinha a tempo de te ver nascer.
Foi o meio ano, mais longo da minha vida. Sentia-me sozinha e o teu pai sofria por não poder estar junto de mim, num momento tão importante das nossas vidas. Ligava-nos todos os dias.
Faltavam apenas 3 semanas para nasceres quando o teu pai regressou. O teu pai cumpriu a promessa e chegou a tempo de te ver nascer. Contudo, tínhamos primeiro que tratar do casamento. Mais uma vez, o meu pai não facilitou as coisas. Como ainda era menor de idade, precisávamos da assinatura do meu pai, como permissão para podermos casar, e ele recusou dá-la. Após muita luta, ele foi obrigado a assinar.
Casámos no dia 6 de Dezembro, apenas com duas tesmunhas. Uma vez casados, fomos almoçar.
Embora já durante a cerimónia do casamento tivesse sentido algumas dores, não dei muita importância, pois pensei que fosse devido aos nervos. Mas, à saída do restaurante, a bolha de água rebentou, fomos a casa buscar um saco com tudo o que necessitávamos e dirigimo-nos ao hospital.
Nasceste pelas 3 horas do dia 7 de Dezembro e o teu pai estava junto de mim a ver-te nascer. Nasceste na nossa noite de núpcias, de certeza, que ninguém teve uma noite tão original...
Surgiu uma nova proposta de trabalho para o teu pai no estrangeiro, mas desta vez fomos com ele. Fomos para Palma de Maiorca, mas a adaptação para mim foi muito difícil. Num ano, a minha vida mudou muito, deu uma volta de 360 graus.
Deixei de ser uma menina, para ser esposa e mãe, num local diferente com uma língua diferente.
O teu pai foi e é um grande companheiro, paciente e amigo, mas acima de tudo é um pai maravilhoso, pois com apenas 18 anos soube agir como um homem de verdade.
Hoje, passados 3 anos, olho para ti e sorrio. Não posso dizer que foste desejado, nem tão pouco planeado, mas és sem dúvida muito amado. Simplesmente, és o acaso mais feliz da minha vida!
Testemunho real